Porquê...

Simplesmente, já farto de reenviar aqueles e-mails que "às vezes até têm piada !", apeteceu-me e criei este blog onde vou postar esses ditos e-mails que por minha auto-recriação e soberana vontade, penso que serão dignos de tal ! Nota: Depois de muitas e diversas tentativas frustradas para conseguir que o raio do alojamento de blog's me aceitasse algum nome, eis que me lembrei: " algum nome há-de dar !" e tentando este mesmo, para minha surpresa, até que enfim !

segunda-feira, dezembro 17, 2007

O que é um Minete...

Há uns anos atrás tive uma chefe, numa das repartições públicas em que trabalhei, que não era... digamos... dotada de grandes conhecimentos em determinadas áreas. Ficamos assim.

Um belo dia a senhora chegou ao serviço e chamou-me à parte. Tinha ouvido uma palavra da qual desconhecia significado e queria que eu lhe explicasse o que era.

- " Ouve lá, tu sabes o que é um 'minete'?"

Após uma fracção de segundo em que o meu cérebro chocalhou todo cá dentro, oscilando entre a incredulidade e o mais puro gozo, posso afirmar que tive um dos momentos mais brilhantes da minha vida, modéstia à parte. Mantendo estoicamente o ar sério, sem esboçar sequer uma tentativa de sorriso, respondi-lhe:

-"Claro. É um requerimento que não exige papel selado."

De facto, não é sempre, mas há dias em que me encontro particularmente inspirado. E o resultado viu-se passados alguns dias, quando a dita senhora, com toda a propriedade, se virou para um utente ao guichet e o informou:

-"Para esse efeito o senhor vai ter que fazer um minete!"

Ainda me lembro como se fosse hoje das caras das pessoas que se encontravam no átrio à espera de serem atendidas, muito particularmente de um marmanjo de bigode que exclamou:

-"Ai 'sigurem-me'! 'Sigurem-me' senão eu caio"!

E agora digam-me: Será que conseguem adivinhar quais foram para mim as consequências desta façanha? Pois está claro. Nesse ano tive uma classificação de serviço que não me permitiu ser promovido, acompanhada da observação escrita 'O funcionário não demonstra o necessário respeito quer pela instituição, quer pelos colegas e superiores hierárquicos'. Além disso tive o director a chamar-me ao gabinete e a passar-me um raspanete, notando-se de qualquer modo que estava com uma vontade de rir do caraças.


Mas hoje, à distância de uns quinze anos, não me arrependo e acho que tomei a opção certa no momento certo. O que eram cinco miseráveis contos de aumento comparados com o privilégio único de ver a nossa chefe, ao guichet, a pedir um minete a um gajo? ........

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