Carta aos pescadores....

 

Carta de um pescador a outros pescadores.   Antes de mais, um pedido: por favor, não confundir pescadores com pecadores. Dito isto, aqui vai a minha história.   Depois de me reformar, não aguento ficar em casa. Prefiro passar o meu tempo a fazer aquilo de que mais gosto: pescar. Comprei um pequeno barco de pesca e tentei várias vezes convencer a minha mulher a ir comigo. Mas ela nunca gostou de pescarias nem de estar no mar. Um dia, na lojinha de pesca do meu bairro, conheci e comecei a conversar com a Regininha, a responsável pela loja que, por coincidência, também tem a paixão pela pesca. Por causa das nossas afinidades sobre pesca, acabou por nascer uma grande amizade. A minha mulher não só se recusa a participar conosco das pescarias, como ainda reclama do muito tempo que dedico às pescarias e a prepará-las. Há uns dias atrás, a Regininha e eu tivemos muita sorte: uma das nossas melhores pescarias de sempre. Pesquei um belíssimo tucunaré, como nunca tinha visto, e a Regininha pescou um igualzinho, entre muitos outros. Então, eu tirei uma fotografia da Regininha agarrando os dois tucunarés maiores que pescamos. Mostrei a fotografia à minha mulher, pensando que, talvez vendo a fotografia, ela se entusiasmasse e passasse a se interessar-se pela pesca. Qual quê?! Ela não só não gostou, como me proibiu de voltar a pescar! Mandou que eu vendesse o meu barco! Acho que ela tem é ciúmes e inveja que eu esteja entretido e, ainda por cima, com um passatempo que me diverte imenso! Pergunto: o que devo fazer? Mando a minha mulher bugiar e continuo com as minhas pescarias, ou desisto de tudo e vendo o meu barco como ela insiste? Ajudem-me, por favor, a sair deste dilema. Obrigado. Um pescador aflitinho.   P.S.- Abaixo, está a tal fotografia da Regininha com os dois tucunarés...